PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS

PROCESSO DE URBANIZAÇÃO BRASILEIRA E OS PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS

PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS: TIPOS, CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E ATENUANTES

PROCESSO DE URBANIZAÇÃO BRASILEIRA E OS PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS

O processo de industrialização do Brasil se inicia, tardiamente em relação aos países europeus, a partir da década de 1930 (crise do café). O fenômeno da indústria impulsiona o processo de urbanização de tal forma que entre 1960 e 1970 a população urbana brasileira ultrapassa a população rural.

Atualmente menos de 1/6 da população brasileira vive na zona rural. Segundo IBGE (2015); “De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2015 a maior parte da população brasileira, 84,72%, vive em áreas urbanas. Já 15,28% dos brasileiros vivem em áreas rurais”.

O desordenado e intenso crescimento urbano do Brasil a partir de 1970 desencadeou o fenômeno da metropolização, consequência do êxodo rural provocado pela mecanização do campo e a atração pela oportunidade de trabalho na indústria.

O inchaço das cidades tem protagonizado uma série de problemas socioambientais, dentre eles:

  • Enchentes;
  • Favelização;
  • Violência;
  • Poluição (sonora, das águas, do ar, do solo e do subsolo e outras);
  • Segregação Urbana;
  • Resíduos sólidos da Construção Civil;
  • Ilhas de calor;
  • Inversão térmica;
  • Chuva ácida e outros.

TIPOS, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DE PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS

ENCHENTES

Enchentes em Campina Grande – Paraíba

Normalmente as enchentes estão diretamente relacionadas ao mau uso dos espaços urbanos, como por exemplo:

  • Construções irregulares;
  • Entupimento de bueiros (lixo);
  • Impermeabilidade do solo;
  • Outros.

Exemplos:

Enchente em 2011 na cidade de Campina Grande -PB, bairro da Conceição.

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Fonte: YouTube, Herik Patrício

Bairro de Santo Antônio – Campina Grande – PB, 2011.

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Fonte: YouTube, Barbosa Medeiros

FAVELIZAÇÃO – Conjuntos habitacionais, favelas, formados por aglomerados de moradias precárias (barracos) geralmente localizados em áreas de ocupação irregular.

A favelização é um fenômeno comumente observado nos países em desenvolvimento, devido ao acelerado e desordenado crescimento urbano associado aos problemas de gestão e de planejamento dos territórios urbanos.

Bairro Dinamerica
Fonte: Blog do Vladimir Chaves

SEGREGAÇÃO URBANA

Infraestrutura de saneamento básico para os anos de 2000 e 2010, por bairros, de Campina Grande (PB).

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Os mapas acima confirma que quanto mais afastado da área central da cidade Campina Grande, menos é a presença de infraestrutura de saneamento básico. Essa informação evidencia a segregação urbana.

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Imagens do aniversário de 150 anos Campina Grande.
Imagem A – Bairro Pedregal. Imagem B – Av. Floriano Peixoto, Centro da cidade.

VIOLÊNCIA

Segundo o Portal T5 Paraíba (2018); João Pessoa e Campina Grande ficaram entre as cidades mais violentas do mundo. João Pessoa na 30ª posição com (49,17 homicídios por 100 mil habitantes em 2017) e Campina na 47ª com (37,29 homicídios por 100 mil habitantes em 2017).

Exemplos:

Assassinato em praça do centro de Campina Grande.
Fonte: G1 Paraíba. Foto: Felipe Valentim/TV Paraíba.
Farmácia invadida por um bandido que fez reféns, em Campina Grande.
Fonte: Portal Correio. Foto: Hiran Barbosa/98 FM Campina Grande.

POLUIÇÃO

Poluição das águas

Canal – Bairro Catolé – Campina Grande – PB.

Poluição Sonora – A poluição sonora é um problema socioambiental pois prejudica a qualidade de vida das pessoas provocando danos a saúde física e mental. 

Fonte: Portal da Policia Militar da Paraíba.

Poluição do Ar (Atmosférica) – Alem das fontes naturais como vulcões, tempestades de areia e outros temos os que são de ordem antrópica, ou seja, que é provocado pela ação humana.

Exemplo:

Foto: Professor Marciano Dantas

As principais fontes poluentes do ar são: As industrias e os veículos, responsáveis pela emissão do CO (monóxido de carbono); NO² (Dióxido de nitrogênio); SO² (dióxido de enxofre).

A poluição do ar pode provocar:

  • Irritação dos olhos e garganta;
  • Desconforto respiratório;
  • Afeta plantas, solo e corpos d’água;
  • Diminuição da resistência a infecções;
  • Alterações celulares e no sistema nervoso;
  • Outros. (ARAÚJO, 201?).

Poluição do solo e do subsolo

Em pesquisa coordenada pela professora Mônica Maria Pereira da Silva, que integra o Grupo de Extensão e Pesquisa em Gestão e Educação Ambiental (GGEA-UEPB), afirma que a Paraíba conta atualmente com 200 lixões e a maior parte está localizada no interior da caatinga, contribuindo para a produção de chorume, emissão de gases que contribuem para o aumento do efeito estufa e os organismos adaptados aquelas condições que, geralmente, detêm potencial adverso à saúde humana. (UEPB, 2017).

Exemplo:

Fonte: Portal de notícias da UEPB.

Na pesquisa foram identificados vários impactos ambientais negativos, como: a infiltração do chorume no solo; a poluição dos corpos aquáticos; compactação e poluição do solo; poluição visual e; Outros. (UEPB, 2017).


RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Bairro Pedregal, Campina Grande-PB.

Material sendo descartado ou reutilizado no aterramento de terrenos privados. Essa atitude promove aos moradores a jusante (sentido da correnteza num curso de água) o estado de vulnerabilidade em caso de um volume maior de precipitação pluviométrica (chuva).

Bairro Santa Cruz, Campina Grande-PB.

Fonte: Arquivo dos autores (2020).
Fonte: Arquivo dos autores (2020).

Observamos a utilização de resíduos da construção civil sendo utilizados para aterramento de áreas de escoamento de águas. Essa localidade se trata de um afluente rio (canal) Bodocongó.


ILHAS DE CALOR

Segundo Oliveira et al. (2013 apud ARAÚJO; SILVA; MACHADO, 2016, p. 615); Ilha de Calor “pode ser caracterizado como o aumento da temperatura do centro urbano em relação a periferia ou a zona rural que a circunda, tornando-se uma consequência da intensa urbanização característica das grandes e médias cidades”.

Observamos com a comparação dos mapas que de 1995 para 2014 houve significante aumento da temperatura e o surgimento ilhas de calor, certamente impulsionado pelo crescimento da malha urbana e o poder de retenção da radiação solar pelo solo construído.

Para Araújo, Silva e Machado (2016); “Campina Grande é uma cidade de tamanho médio que experimentou um crescimento desordenado, desde o tempo do comércio de algodão e, como qualquer cidade de grande ou médio porte, sofre alterações em seu espaço”.


INVERSÃO TÉRMICA

A inversão térmica é um fenômeno que ocorre naturalmente em consequência do rápido aquecimento e resfriamento da superfície, no entanto, nas cidades médias e grande que são mais urbanizadas e industrializadas, a emissão de gases poluentes no ar é muito maior e mais intensa, assim, aumentando a poluição do ar e os respectivos problemas à saúde.

Fonte: Planeta Biologia.

Como observado na imagem, a inversão térmica acontece quando o ar frio (que é mais denso) é impedido de circular por uma camada de ar quente (que é menos denso), em consequência disso ocorre uma alteração na temperatura.


CHUVA ÁCIDA

É a precipitação pluviométrica com um certo potencial de acidez (dióxido de enxofre – SO2 e de nitrogênio – NO2), ambos derivados da queima de carvão, combustíveis fósseis e poluentes industriais.

A chuva Ácida pode ser de origem natural, pela emissão de gases pelos vulcões, ou antrópica devido a emissão de gases, principalmente, oriundos da indústria e dos automóveis. Desse modo, as chuvas ácidas são mais comuns nos países industrializados.



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